Em palco são apresentados 57 sketches autónomos sobre o tema, apenas interligados pelas incessante noticias transmitidas por dois monitores, um de cada lado do palco. Curiosamente esta ininterrupta divulgação de informação não quebra o ritmo da peça, nem deixa o espectador alhear-se durante a mudança de cena. Cada vez que o pano cai, o público vê se confrontado por todo o tipo de informação sem ter tempo de sentir o vazio do curto espaço entre as cenas.
Este alucinante e invulgar espetáculo sobre um tema atualíssimo, como a informação nas relações interpessoais, dá que pensar. Se por um lado a informação - se for em excesso como acontece atualmente - pode ser nociva e impedir-nos de viver as situações e os momentos mais intensamente, por outro tem a sua utilidade se usada com moderação e perspicácia.
A peça escrutina estes vários pontos de vista e apresenta os múltiplos aspectos da nossa infinita necessidade de amor e de conhecimento. Somos nós no rame-rame diário, pertente estas duas necessidades que temos de gerir as situações. Menos ou mais informação nesta ou naquela situação? Nós decidimos e aguentamos as consequências dessa decisão.
Posso diz que gostei realmente da peça - muito diferente das que estamos habituados a ver nos palcos portugueses - não só pela atualidade do tema mas também por apresentar várias perspetivas do mesmo, que nos levam a refletir sobre as consequências das nossas ações.
Espero que vão assistir e gostem, podem reservar bilhete por Bilheteira-online.
Ana Guiomar, Irene Cruz e Paulo Oom são alguns dos atores que entram na peça
