23 outubro 2014

O Principezinho - Antoine de Saint-Exupéry


Ler O Principezinho - Antoine de Saint-Exupéry

A poucos mais de dois meses do Natal gostaria de vos sugerir a leitura ou releitura da obra “O principezinho” de Antoine de Saint-Exupéry, até porque em finais deste mês de Outubro poderão deliciar-se, adultos e crianças com um novo musical de Flipe La Féria, sobre esta obra.

Eu sou suspeita, pois adoro tanto o livro como os musicais de La Féria. Muitas pessoas não gostam de teatro musical, se assim se pode chamar, todavia, este tipo de evento pode ser uma boa maneira de induzir a pequenada a gostar de teatro. A visualização de uma peça cheia de colorido e animação - como costumam ser todos os musicais deste encenador e dramaturgo português - poderá orientar gostos e sentidos tão jovens e sensíveis, para a música, para o teatro ou para outras artes do espectáculo, genericamente para o mundo da cultura.

Voltando ao tema do livro. A primeira vez que li “O principezinho” já era adulta, e apesar de muitos considerarem esta obra direccionada para um público jovem, continuo a não ficar indiferente cada vez que releio enxertos desta.

Aliás, na minha modesta opinião, este romance tem muito a ensinar aos adultos, na medida em que identifica a imersão de cada um na sua própria vida. Nos seus problemas, nos seus “pequenos mundos”, tão pequenos que impedem uma visão mais abrangente, diversificada e criativa do mundo em geral. O que não acontece com o principezinho, que na sua ingenuidade consegue imaginar uma ovelha dentro de uma caixa e descrevê-la.

Este livro mostra a profunda mudança de valores que sofremos ao longo da vida, e sugere quão equivocados podemos estar na avaliação que fazemos das coisas e das pessoas que nos rodeiam, ao mesmo tempo que nos alerta para a profunda solidão a que este tipo de atitude nos pode conduzir. 

Este livro leva-nos a refletir sobre a maneira como nos tornamos adultos, entregues às preocupações do dia-a-dia, esquecidos da criança que fomos e que certamente ainda temos bem escondida dentro de nós, sem de tal nos apercebermos. 

Leiam ou releiam esta obra e envie-me a vossa opinião, pois esta é a minha versão muito centrada no “meu mundo”, gostaria de saber a vossa.