05 fevereiro 2015

Teatro - Fim de semana com Cyrano de Bergerac

Teatro - Cyrano de Bergerac - Teatro D. Maria II
O fim-de-semana passado fui ao Teatro D. Maria II ver a peça Cyrano de Bergerac, baseada na vida deste escritor francês do século XVII. A peça do dramaturgo Edmond Rostand fala de aparências, de como estas afetam o conhecimento das verdadeiras qualidades do individuo em sociedade, de como se julga apenas pelo aspeto sem discernir a grandeza e abnegação de alguns seres humanos. 
 
Esta é a situação de Cyrano de Bergerac, nobre espadachim, poeta e filósofo, que ama a sua prima Roxanne, mas não revela os seus verdadeiros sentimentos, por saber ser diminuta a possibilidade de se ver correspondido, devido ao seu aspeto rude e grande nariz .
 
Roxanne tem como ideal romântico o homem belo e de espírito, e pensa ter encontrado esses atributos no garboso Christian, soldado na Companhia de Cyrano. Todavia, contrariando as aparências, o galante soldado Christian não tem os dotes oratórios e literários que Roxanne tanto aprecia, e como tímido que é escuda-se por detrás das comoventes cartas que Cyrano lhe ajuda a escrever, para conquistar Roxanne. 
 
Por seu lado Cyrano - ao ajudar a escrever as cartas - vê nesta incumbência a única possibilidade de expressar o seu grande amor por sua prima Roxanne, e executa a tarefa com um fervor e devoção interruptos, mostrando pelas suas consecutivas ações uma nobreza de carater escondida pela aparência.
 
A comédia da vida esta montada, nem tudo o que parece é. A farsa continua, as aparências persistem até ao fim, e uma vez mais vencem uma verdade demasiado tardia para fazer a felicidade de qualquer dos intervenientes no enredo. É a verdade da vida,  uma aparência vivida.
 
Mais uma vez Diogo Infante faz jus aos seus predicados e teve uma atuação magnifica, como é habito e já podemos constatar noutras representações como: Amadeus e Ode Marítima de Álvaro de Campos. 

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