Este fim-de-semana fui ao teatro,
D. Maria II, ver a peça “O Avarento” do dramaturgo, ator e encenador francês, Jean-Baptiste
Poquelin, mais conhecido por Molière. A peça é muito divertida, fala-nos
de Harpagão, e do seu excessivo amor pelo dinheiro, que consequentemente o leva a trocar a noiva
pelo “bauzinho” cheio de dinheiro, que lhe tinha sido roubado.
Na peça deste dramaturgo, que
viveu no século XVII em Paris (entre 1622 – 1673), e foi considerado um dos
mestres da comédia satírica, podemos observar a intemporalidade da ganancia
humana. Os personagens-tipo, os modelos que destaca, representam uma
coletividade, um grupo e podem perfeitamente ser associados às constantes
notícias que vemos nos jornais e na televisão, a alguns dos respeitáveis senhores do “métier”
financeiro e politico, que em anos de crise se banqueteiam alarvemente, sem
pensarem na influência que as suas ações têm e terão nos destinos alheios.
Harpagão, o avarento da peça,
também não se importa que a sua cupidez destabilize as vidas, maneiras de ser
e de estar das pessoas que o rodeiam. Através dele, e mediante a apresentação de um alucinante e burlesco
jogo de interesses onde ninguém fica isento de culpas, Molière, critica uma vez
mais os costumes de uma época.
A não perder.