Este fim-de-semana fui ao cinema
ver “Serena", um filme baseado no livro de Ron Rash, que conta a história de um jovem e ambicioso casal de
madeireiros, a viver nas Smokey Mountains da Carolina do Norte, na altura da
Grande Depressão de 1929.
O casal, representado pela dupla Bradley Cooper e Jennifer Lawrence, integra na perfeição o ambiente - agreste e selvagem, de uma beleza exuberante
e perturbadora - que o rodeia e com o qual vive em perfeita simbiose. Lutando para manter o império madeireiro à
tona e sua felicidade conjugal intacta, ambos não olham a meios para alcançar
os seus fins, desde matar um ex-amigo, chantagista (acidente?), até ao quase assassinato de
uma criança, o céu é o limite. Alguém tem de pôr os pés na terra e parar este frenesim desenfreado...
Os personagens ambíguos, que os dois protagonistas representam, não abonam em nada a carreira desta brilhante dupla, principalmente a de Lawrence. Da Serena forte e lutadora, que enfrenta todas as adversidades até perceber que não pode ter filhos, apenas consegui discernir uma mulher com grande tino para os negócios mas psicologicamente frágil, que desde os 12 anos se sente culpada de não ter conseguido salvar a sua família de um incêndio.
Não li o livre, mas, certamente essa força de caráter estará aí mais bem representada, o que não invalida que o tivesse também no guião e consequentemente no filme, de maneira a dar a Jennifer Lawrence, um personagem com uma personalidade mais vincada, como lhe era devido.
